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Todos os profissionais da área de segurança do trabalho laboram para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O ruim é que nem sempre conseguimos .

Muita gente insiste em trabalhar com a meta zero acidentes!

O acidente zero é em muitos casos uma ferramenta de marketing! Uma ferramenta que se sustenta em muitos casos com mentiras e maquiagem de acidentes.

CHOCANTE E VERDADEIRO

Ontem mesmo estava conversando com um colega e ele me contou uma receita que uma empresa estava utilizando para manter o acidente zero. A empresa simplesmente mantinha um trabalhador que estava acidentado trabalhando com muletas. A empresa simplesmente mudou o acidentado de setor.

Segundo a empresa já que o mesmo não estava afastado não precisava contabilizar o acidente. O colega até brincou me dizendo que enquanto o trabalhador continuasse respirando ele seria mantido trabalhando, e logo, a placa de acidentes  de trabalho seria mantida zerada.

É claro que nem todas as empresas são tão canalhas como a do relato acima.

2 motivos porque eu não acredito em acidente zero

Nesse artigo vou explicar tudinho.

1 - SE EXPOR AO RISCO É INERENTE AO SER HUMANO

Vários estudos em vão já tentaram provar que o ser humano é viciado em adrenalina. A adrenalina é um hormônio liberado em condições de estresse. Longe de tentar provar ou refutar tal afirmação, (muito embora a afirmação faça sentido) desejo apenas lembrar que algumas pessoas adoram correr risco.

Nestor, se você tivesse razão não haveria sentido em investir em segurança do trabalho. Calma 'cara-pálida' não precisa ser tão inflexível assim. O que quero dizer é que muitas vezes mesmo tendo a opção de agir de forma a evitar os riscos, tem pessoas não o fazem.

Toda pessoa que se expõe ao perigo ou ao risco sempre visa algum ganho. Por exemplo, ao trabalhar em uma máquina apenas com o quadro de força (energia) desligado e não trancado e sinalizado como deveria, o trabalhador está em busca de fazer o trabalho mais rapidamente.

No fundo o trabalhador sempre tem boa intenção ao se expor ao risco, seja para terminar o trabalho mais rápido, seja usando uma ferramenta inadequada para evitar ter que se deslocar ao almoxarifado.

Se expor ao risco é uma aposta  em que ás vezes se perde, e quando se perde, se perde feio!

Temos a tendência natural de optar pelo caminho mais curto mesmo que seja o mais perigoso, esse é o ponto! Lembra da história da Chapeuzinho Vermelho?

Somente a conscientização pode fazer o trabalhador entender que essa aposta não deve ser feita. Mostrar que se ele perder a aposta, pode perder tudo.

2 - NEM SEMPRE TUDO VAI GIRAR REDONDINHO

Todas as empresas têm defeitos, e mesmo em grandes e boas como as multinacionais erros no processo podem acontecer. Tais erros podem levar empresa e os empregados e estarem em condições severas de risco. Quem diria, por exemplo, que um fiscal de Fórmula 1 fosse atingido e morto após ser atingido um pneu que passou pelo único lugar que poderia passar?







Por melhor que seja o processo pode haver falhas! Processos são organizados por pessoas e pessoas têm falhas. Como os processos não poderiam ter?


CONCLUINDO

Por mais que façamos nosso trabalho com eficiência e precisão, podemos ser surpreendidos por algo que não conseguirmos prever. Somos humanos, e logo, limitados.

A maioria dos acidentes de trabalho podem ser evitados. Devemos sim trabalhar para chegar o mais perto possível do zero, porém, não devemos nos martirizar por nunca alcançá-lo. É bem melhor chegar perto e não alcançar trabalhando direito, do que zerar maquiando indicativos de segurança, omitindo emissão de CATs, etc.

É até gozado que muita gente foque no zero (meta irrealista) ao invés de simplesmente focar em diminuir os acidentes de forma sistemática e sustentável a pequeno, médio e longo prazo.


Técnico de Segurança

É claro que uma empresa que tem apenas 3 empregados até pode ter acidente zero ao longo do ano, mas, uma com, por exemplo,  150 empregados e grau de risco 2 será bem difícil.


Fonte: Nestor Waldhelm Neto
Sou Técnico de Segurança do Trabalho, Professional Coach, palestrante, criador e editor do blog/site Segurança do Trabalho nwn, professor e escritor.